sábado, 18 de abril de 2015


Extensão    -    19 Km
Grau de Dificuldade    -    Dificil
Localização    -    
Serra do Alvão
Ponto de Partida / Chegada    -     Arnal, Vila Real
Altitude mínima    -    904 m.
Altitude máxima    -    1.206 m.
 
 
 
     Quando existe a necessidade de se fazer uma rigorosa gestão dos dias disponíveis para as actividades de montanha, como no meu caso, lidando com a obrigatoriedade de marcar as datas para essas mesmas actividades com bastante antecedência, a maioria das vezes temos de lidar com o imprevisível. É-nos praticamente impossível controlar situações tão variadas como as condições climatéricas, a nossa própria condição física, a disponibilidade de quem por hábito nos acompanha, os imprevistos que sempre acontecem e por aí fora. Chegar ao dia e ter de ficar em casa é, no mínimo, de difícil de "digestão".
     Desta vez não foi diferente. Marcada com semanas de antecedência, chegado o dia o tempo apresentava-se com fraca cara, o que acabou por provocar alguma hesitação na hora de se decidir entre o "ir e o ficar", mas acabámos por avançar com a actividade. Quis o destino que fossemos encontrar o Alvão completamente coberto por um enorme manto branco, branco de neve é claro, caída na véspera. Por norma não sou de "correr" á procura de neve nas serras e praticamente todas as vezes que caminhei com neve foi assim porque… aconteceu. Chega-se ao dia e somos surpreendidos!
     Á chegada a Arnal já a neve se mostrava. Para além disso o céu apresentava-se muito carregado, escondendo um Sol que nunca se mostrou, muito nevoeiro, visibilidade muito reduzida e a espaços caía uma aborrecida chuva miudinha que acabaria por nos acompanhar o dia todo. Em jeito de conclusão estavam reunidos todos os ingredientes para uma "dura" jornada de montanha!
     E assim sucedeu! Foram 19 kms de neve, neve, mais neve e ainda mais neve. O trajecto idealizado levou-nos de Arnal até Barreiro, via Vaqueiro, e regresso com passagem pelas barragens Fundeira e Cimeira. Em condições ditas "normais" não seria de grande dificuldade, mas nas condições acima referidas juntamente com alguma debilidade física, pois o Inverno não perdoa… e alguns vírus também não, acabaram por exponenciar o grau de dificuldade.
     É claro que tudo isto fez com que este dia se transformasse numa dura, como referi, mas intensa jornada de montanha, onde cada passo é cuidadosamente calculado e o silêncio acaba por tomar conta de nós por enormes períodos de tempo.
     Mas quando olhamos para o lado e vemos três amigos, bravos montanheiros, sempre com uma enorme disponibilidade, tudo se transforma em enorme felicidade pelo simples facto de se estar ali… no meio do nada… em enorme cumplicidade com camaradas e com uma Natureza agreste e adversa.
     A isto chama-se montanhismo!
 
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     

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